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“Portugal já não é só fado”

A secretária de Estado do Turismo foi a convidada de hoje (16 de Junho) do almoço-debate do ICPT – International Club of Portugal e em cima da mesa esteve a temática: “Reactivar o Turismo / Construir o Futuro”. Rita Marques salientou que agora já não é só o fado a “nossa identidade” e que “ouvimos todas as músicas”, a propósito da diversificação dos mercados e produtos turísticos.

Secretária de Estado do Turismo, Rita Marques

Rita Marques recordou o “passado recente” da indústria do turismo nacional que teve um “crescimento absolutamente extraordinário nos últimos anos” e que foi “mais em valor do que em turistas”, pois, como frisou “não queremos ter um turismo massificado.”

Recordou o plano turístico para o País de 2017/2027 que possui três grandes linhas e cujos “objectivos mantêm-se como oportunos” apesar da pandemia de Covid-19. A primeira linha prende-se com o crescimento do turismo nacional durante “todo o ano” e lembrou que, em 2019, Portugal era o “destino de toda a Europa do Sul com a taça de sazonalidade mais baixa.” E deu como exemplo o golfe do Algarve, sem o qual “não existiriam turistas” na designada época baixa. A segunda está associada à “diversificação da oferta e qualificação da oferta” que tem de ir além dos destinos tradicionais de “Lisboa, Porto e Faro” e apostar mais na formação dos recursos humanos. E uma terceira linha a desenvolver que vise uma “menor dependência dos mercados turísticos” emissores, como sejam a “França, Espanha, Inglaterra ou Holanda”. Aliás neste ponto a secretária de Estado salientou que já foi feito trabalho nesse sentido e que da aposta em mercados como o “Brasil, estados Unidos da América e Ásia” resultou um crescimento “a dois dígitos” destes mercados.

Secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, e o presidente do International Club of Portugal, Manuel Ramalho

Em suma, estas metas não mudaram, apenas sofreram alterações face à pandemia e agora vão ser “aceleradas”, ou seja, vão ser “criadas condições para concretizar estas métricas”.

A governante não deixou de lamentar a “deterioração dos capitais próprios das empresas”, na ordem dos “mil milhões”, que fez recuar o País aos números de 1994 e as receitas a 2011. Referiu que ao nível das moratórias falhou o “plano A” que assentava na prorrogação para lá do período de Setembro de 2021 mas que “não teve um desfecho positivo” por parte das autoridades europeias e que o Governo passou, agora, para uma “solução B” que passa pelo “rescalonar da dívida com prazos mais longos” das empresas turísticas.

Adiantou que continuam a trabalhar com as companhias aéreas, referindo que “nove em cada dez chegam por via aérea” ao nosso País. Aliás, Rita Marques tinha acabado de chegar da região do Algarve onde, ontem, foi inaugurada a base sazonal da companhia aérea EasyJet no aeroporto de Faro.

O presidente do ICP, Manuel Ramalho, anunciou ainda que o próximo almoço-debate vai decorrer no dia 7 de Julho e vai contar com a presença de Carlos Moedas, ex-Comissário Europeu e candidato à Câmara Municipal de Lisboa nas próximas eleições autárquicas, que irá focar o tema: “Lisboa pode ser a cidade das oportunidades”.