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“Não basta o incentivo fiscal” para Portugal ser mais competitivo

Foi com lotação esgotada que o almoço-debate do International Club of Portugal recebeu o Primeiro-Ministro António Costa, no dia 12 de Setembro, no Four Seasons Hotel Ritz Lisbon. As alterações climáticas, a demografia e a competitividade estiveram em cima da mesa de discussão.

António Costa lembrou que, “desde 2017, o País está a viver acima da média Europeia”. Ainda assim, apesar das melhorias, nomeadamente ao nível da taxa de desemprego, destacou as preocupações ambientais e as metas que o Governo pretende atingir face ao Acordo de Paris, bem como considerou “vital” uma inversão do actual estado da demografia, nomeadamente da natalidade, em Portugal.

Em termos empresariais, o Primeiro-Ministro reconheceu que “não basta o incentivo fiscal para que muitos dos postos de trabalho que são necessários preencher em Portugal sejam competitivos face a outros mercados – e esse é seguramente um dos grandes desafios que em sede de concertação social vamos ter que discutir no início da próxima legislatura”. Defendendo, no entanto, que uma empresa para ser competitiva “tem de começar a ser competitiva na contratação dos melhores recursos humanos”.

         

Neste âmbito, afirmou que “temos de nos ajudar uns aos outros, porque sabemos bem qual o esforço que as empresas têm de fazer para acompanhar uma maior política de rendimentos, mas também conhecemos as limitações que o Estado tem para continuar a melhorar o rendimento das famílias por via das transferências não monetárias”, isto a propósito de medidas como a criação de mais escalões em sede de IRS, a distribuição gratuita de manuais escolares ou a redução dos passes de transporte.

António Costa referiu ainda que, “tal como o Estado compreende que as empresas têm limitações na capacidade de resposta ao crescimento dos salários, também as empresas devem compreender as limitações que o Estado tem para poder fazer crescer muito mais as transferências não monetárias para melhorar o rendimento líquido disponível”. Por isso, disse, “temos de fazer todos uma coligação para, em conjunto, melhorarmos o nível de rendimentos, sem que isso afecte a competitividade das empresas e, igualmente, a estabilidade macro-económica em Portugal”.

O próximo almoço-debate do International Club of Portugal está agendado para o dia 18 de Setembro e vai contar com a presença do ministro das Infra-estruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.

Fotos: Joaquim Morgado