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Vai construir? Escolha o aço-leve

Cimento: sem evolução, mega poluente e altamente dependente de combustível fóssil. Alvenaria: foi usada por milénios para construir casas e na modernidade pode optar – você sabia?

A história do Homem não pode ser dissociada do fenómeno da “Construção” que surge enquanto união de diversas ciências mecânicas e espaciais, do foro da arquitectura, da engenharia de materiais e de estabilidade e da maestria de obra; fruto da necessidade gerada pelo desenvolvimento das novas sociedades sedentárias – do Homem Moderno. Filosoficamente falando, as realizações construtivas humanas são a síntese de 3 critérios – engenharia, economia e estética.

Alvenaria vem de “alvener” ou seja pedreiro e etimologicamente nasce do árabe al-bannã. Basicamente fazendo uso de barro que era compactado manualmente em forma de paralelepípedo e depois cozido para aumentar a resistência e durabilidade, o assentamento dos “tijolos” era feito geralmente com argamassa de barro argiloso, areia e estrume ou banha ou, sangue para ligar os elementos.

Em construções modernas, adicionava-se cal para reforçar a argamassa, e remonta ao momento pré-histórico ocupando um dos principais e mais antigos métodos construtivos que, na era do ferro sofreu evoluções que lhe conferiram maior poder estrutural de engenharia pelo uso de vergalhões nervurados longitudinais e cruzados por estribos conferindo maior robustez á obra, dando sentido ao termo “cimento armado”.

Provavelmente a inovação mais importante na evolução da alvenaria terá sido o arco e a cúpula como primeiro meio de ultrapassar as limitações impostas pelos elementos primitivos que eram juntos para que ligassem entre eles. Existem vestígios de arcos em ruínas na Babilónia construídas cerca de 1400 A.C e estimasse que seja usada enquanto arte desde à quatro mil anos e que o cimento tenha o seu uso primário desde à oito mil anos no assentamento de pisos na região do Golfo Pérsico e, com espaçamentos de centenas de anos para que se fizessem sentir as suas ligeiras evoluções em matéria de desenvolvimento e adaptação ás necessidades globais planetárias do ecossistema azul, onde o silogismo de preservar para coabitar foi amplamente desvirtuado no uso massivo de um produto relativamente democrático mas igualmente obsoleto, tendo sido realmente desenvolvido por motivos religiosos e militares – motivando os primeiros progressos do catolicismo com a concepção de basílicas e templos da antiga Roma entre o ano 300 e 1500 e desde 1200 na criação de igrejas monumentais da era Românica e influencia Gótica e, de construções militares que fortificavam o embate de projécteis movidos a pólvora.

As demais civilizações não ocidentais deram uso a sistemas próprios da alvenaria e com realizações frequentemente mais engenhosas que as europeias, designadamente na América Central as edificações dos Maias e dos Incas, dos Árabes na Península Ibérica e Norte de África e por todo o Oriente são identificados templos hinduístas e budistas. Mesmo a concepção estrutural no Barroco e no Neoclassicismo não produziu inovações a nível tecnológico, mantendo-se os métodos construtivos analogamente arcaicos. Merecem referência duas cúpulas divergentes às limitações do método como a da Catedral de S. Paulo em Londres e a do Panteão em Paris.

O cimento é um aglomerante hidráulico que produz reacção exotérmica de cristalização de componentes hidratados e processados, com boa qualidade operacional e existem diferentes tipos de cimento e todos partilham da mesma base físico-química com pequenas nuances entre eles, em 1824 foi inventado o mais comum, o cimento Portland, produzido a partir da queima de calcário e argila atingindo a calcinação aos 1450 graus com mistura de componentes químicos como o silício, o alumínio e o ferro com adições de sulfato de cálcio.

Mundialmente os cerca de três milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) expelido pela produção de cimento correspondem a 8% de todas as emissões da actividade humana. É como que afirmar que uma única unidade produtiva de um setor, o primário, é a responsável pelo comparativo fenómeno poluidor de toda uma Europa. Basicamente por cada tonelada de cimento fabricado, são emitidos em média 800 quilos de CO2.

No decorrer do acordo de Paris (2016) que uniu 195 países produtores num mesmo documento e visão afecto às contingências impostas em reduzir as emissões anuais da indústria do cimento, ficou claro que a produção de cimento iria passar de quatro mil milhões de toneladas anuais para cinco mil milhões, nos próximos 10 anos e onde a China é responsável por 75% do cimento produzido em todo o mundo, tendo usado nos últimos 20 anos o equivalente em cimento em nova construção aos USA nos últimos 100. Ou seja, é um sector em crescimento de negócio e também em expansão de poluição do nosso único planeta.

Já em Portugal o sector do cimento é dominante e isso não se reflecte apenas nas marcas e produtos existentes na distribuição fmcg dirigida aos builders ou na representação de tipologias de construção existentes no mercado, ou nas especificidades do tecido produtor; estatisticamente, empiricamente e de forma científica é o sector que efectivamente se destaca por ser o maior emissor de CO2 do País, por um lado pelo uso de milhões de toneladas de combustíveis fósseis para activarem fornos eléctricos gigantes; por outro pelo processo de obtenção de clínquer, um elemento fundamental da composição química do cimento e que, na sua produção gera grandes quantidades de gazes que provocam o efeito de estufa. Em Portugal, o caso acompanha a estatística e é um sector que pese a deixar uma pegada ambiental enorme já seja na qualidade do ar já seja na mutação do solo, se demarca por empregar directa e indirectamente uns inexpressivos 20 mil recursos humanos.

Segundo Rui Amaral, vice-presidente de marketing da APCAL, mesmo em construções de futuro como as que ajudamos a desenvolver – em LSF – fazemos uso consciente do cimento porque ainda somos “mistos” mas categoricamente usamos até menos 80% de água e até menos 70% de cimento no comparativo com o modelo tradicional (de alvenaria) da mesma construção. Informados sobre o estado da arte temos iniciado esforços em R&D em espírito da LSF academy especificamente com desenvolvimentos na área de inovação de produto de um cimento orgânico e isento clinquer com propriedades que possam adaptar-se melhor ao LSF nas suas perfurações e incluso com melhores coeficientes térmicos no que concerne á construção de fundações ou lajes, conferindo adicionalmente um melhor benefício mecânico na amarração da gaiola, considera em jeito de remate que é um facto que o cimento é barato e abundante mas o cliente final sim se preocupa com o fenómeno da sustentabilidade ambiental e faremos de tudo para desenvolver cada dia mais um produto eco e funcional – e estamos abertos a apoios da própria industria para que tal ocorra com maior contundência, por sua vez e desde o gabinete de gestão de projectos, o presidente da associação que lidera o grémio do LSF, Diogo Silva Nunes (APCAL) conclui que “o nosso pilar segue sendo a sustentabilidade, já seja pelo produto “aço” ser altamente reciclável e menos poluente na construção e sobretudo, pelo próprio esforço empreendido em nivelar a pegada ambiental de cada projecto, plantando árvores como proposta, junto das autarquias locais onde figuram produtos com preocupações emanadas pelo logo GoGreen”.

Estes aficionados ao aço-leve concluem que o LSF é definitivamente mais sustentável porque usam menos recursos ditos poluentes, sendo concretamente o cimento um dos relevantes da lista de interesse global, Diogo finda referindo que “as pessoas são conscientes e ter consciência é mais que uma tendência, é o que nos permite um melhor futuro”, com a cereja no topo pois a função fica cumprida no que concerne à excelência da qualidade térmica e acústica alcançada – equiparando ou superando qualquer outro método construtivo.

Artigo: APCAL